Resenha: Demolidor
Ter o cuidado de manter elementos fundamentais da criação original, em uma adaptação, é uma questão de competência e respeito ao seu criador.
As produções da Netflix tem como objetivo, agradar um público de gosto específico, aos fãs de um tipo de segmento. Muitas pessoas que não conhecem o personagem Demolidor, que nunca leu uma única história em quadrinhos de super heróis pode achar que série foi elaborada para atrair, através da violência e realismo. Acreditem. Todo e qualquer detalhe mostrando, saíram genialmente das páginas que Frank Miller popularizou, desenhando e roteirizando o personagem nos anos 80.
Adaptar sem amenizar a dor e o sofrimento humano. Sem esconder as marcas, cicatrizes, o sangue.
Parar de achar que os quadrinhos de super heróis algum dia foram bons, por tratar seus heróis como idiotas fantasiados.
Me lembro quando via a empolgante movimentação do Demolidor lutando nos quadrinhos, o arremesso do bastão e seu recochetear batendo nas paredes e derrubando um, dois, três inimigos . uma dança mortal, sincronizada pelo som de gritos, ossos quebrados e tiros. Tudo na mais completa escuridão, que trás medo ao homem, e um sorriso nas feições do demônio que não teme o escuro e nem a maldade humana.
Nunca esperei ver a essência de um super herói urbano tão bem conduzida em uma série de TV. Todo o elenco cuidadosamente escolhido para convencer os fãs de que nem tudo estava perdido no campo da criatividade.
A abertura é linda, o traje do Demolidor é incrível, e o Stick ganhou vida saindo diretamente dos quadrinhos. E um rei do crime, não precisa ser gigante para ser rei, precisa ser inteligente, violento, agressivo e perturbadoramente sádico.
Parabéns Netflix e obrigado por realizar o sonho de um garoto de 40 anos.