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Eu Sou a Lei


Em 2099 a lei aplicada pela força policial era precisa, objetivo e rápida do ponto de vista da sociedade decadente. Decadente é a forma mais brande de retratar as consequências da super população humana em uma realidade distópica onde o sistema de governo beira o colapso, enquanto a violência ganha terreno representada pelas gangues e o crime organizado.

A ordem é restaurada na forma de representantes da lei chamados de “Os Juízes” com plenos direitos de julgar e punir os criminosos com sentença imediata, baseada em normas e leis criadas por seus superiores. Os Juízes tem um treinamento rígido e objetivo contando com um arsenal tecnológico e técnicas de defesa pessoal eficientes, e até uma divisão de telepatas (a Divisão Psi).

Entre eles o Juiz Dredd era de longe o mais respeitado e temido por sua frieza, objetividade e determinação: uma popular maquina intimidadora da lei, que causa temor nos mais violentos lideres do crime organizado de Mega City One com seus oitocentos milhões de habitantes.

Dredd é um dos personagens importantes de HQ de ficção cientifica e já migrou para várias outras formas de mídia como vídeo games e brinquedos. Também já dividiu as páginas de HQs com super-heróis de editoras como Marvel Comics e DC Comics, além de ícones como Alien e Predador (ambos da 20th Century Fox) em quadrinhos de qualidade narrativa e visual.

(veja a galeria abaixo)

Criado pelo roteirista inglês John Wagner em 1977 e o desenhista Carlos Ezquerra (provavelmente escutando Sex Pistols e The Clash), estreou na revista 200 AD. Fugia ao esteriótipo do super-herói americano, tornando-se um dos primeiros anti-herói, sendo plausível e necessário para a atmosfera do final dos anos de 1970. A aceitação do personagem foi imediata revitalizando as vendas dos quadrinhos ingleses de ficção científica da época. Sua popularidade alcançou os fãs do gênero em todo o mundo e o cinema americano não demorou em demonstrar interesse na obra.

Em 1995 o filme dirigido por Danny Cannon tinha tudo para dar certo se não fosse pelo enorme ego do ator Sylvester Stallone, que decidiu desconstruir totalmente o personagem fazendo exatamente o que nunca aconteceu em nenhum quadrinho do Juiz Dredd: tirar o capacete. E isso foi o que levou um filme que poderia ser um sucesso ao fracasso, pois o filme trouxe elementos dos quadrinhos de Dredd bem retratados; como o traje fiel do personagem, a arma Lawgiver Mark II (que não ficou visualmente fiel, mas possuía todas as funções). Os vilões cyberpunks, como Mean Machine (um ciborgue sucateado e disforme), o robô de guerra e os Canibais do submundo. A moto “personagem” da HQ, Lawmaster, apesar de não ser realmente funcional estava mais próxima também dos quadrinhos (enorme e robusta) que a nova moto do filme de 2012. Sem falar na falta flagrante de violência no filme que tira o elemento indispensável nesse tipo de roteiro, é como um filme do Justiceiro não ter sangue e porrada.

(veja a galeria abaixo)

O filme mais recente, de 2012, dirigido por Pete Travis, trouxe no papel principal Karl Urban, que é impecável no papel e, o mais importante, não deixa seu ego falar mais alto, não tirando o capacete durante todo o longa. A violência e a distopia que todos esperavam de um filme do Juiz Dredd está presente, mas sem os seus personagens cyber-decadentes que deixa o filme realista demais para uma adaptação de quadrinhos.

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