1984 - George Orwell
A primeira coisa sobre "1984" é que se trata de uma distopia. Quando me deparei com esse livro há vários anos, já sabia o conceito de distopia: havia visto filmes como Matrix (1999), V de Vingança (2005), Blade Runner (1982), Os Doze Macados (1995)... Mas não sabia o nome que se dava a esse conceito. Mas o que é uma distopia?
Segundo a Wikipédia:
"Distopia ou antiutopia é qualquer representação ou descrição ficcional de uma organização social cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa". O termo também pode referir-se a um lugar ou estado imaginário em que se vive sob condições de extrema opressão, desespero ou privação. As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, pelo controle opressivo sobre toda a sociedade. A tecnologia é usada como ferramenta de controle, seja por parte do estado, seja de instituições ou mesmo de corporações.
Distopias são frequentemente criadas como avisos ou como sátiras, mostrando as atuais convenções sociais e limites extrapolados ao máximo. Uma distopia está intimamente conectada à sociedade atual. Nesse aspecto, distopias diferem fundamentalmente das utopias, que são sistemas sociais idealizados e sem raízes na sociedade atual, figurando em outra época ou tempo ou após uma grande descontinuidade histórica. Um número considerável de histórias do subgênero cyberpunk de ficção científica, ambientadas num futuro mais ou menos próximo, usam padrões distópicos em que uma empresa de alta tecnologia domina um mundo em que os estados nacionais se tornaram fracos.
Na literatura, famosas distopias foram concebidas por George Orwell (1903-1950) e Aldous Huxley (1894-1963)." Fonte.
Escrito pelo jornalista, ensaísta e romancista britânico George Orwell e publicado em 1949, o texto nasceu destinado à polêmica. Foi traduzido em 65 países, virou filmes, inspirou quadrinhos, mangás, peças de teatro e até uma ópera.
No enredo que tem Londres como cenário (na fictícia Oceania) -, tudo gira em torno do Grande Irmão. “Quarenta e cinco anos, de bigode preto e feições rudemente agradáveis”, o Big Brother é o líder máximo. Assumiu o poder depois de uma guerra de escala global (análoga à Segunda Guerra, porém com mais explosões atômicas), que eliminou as nações e criou três grandes estados transcontinentais totalitários. A Oceania reúne a ex-Inglaterra, as ex-Américas, ex-Austrália e Nova Zelândia e parte da África. É um mundo sombrio e opressivo. Cartazes espalhados pelas ruas mostram a figura da autoridade suprema e o slogan: “O Grande Irmão está de olho em você”. E está mesmo, literalmente, graças às “teletelas”. Espalhadas nos lugares públicos e nos recantos mais íntimos dos lares, elas são uma espécie de televisor capaz de monitorar, gravar e espionar a população, como um espelho duplo. Além das teletelas, todos são vigiados pela Polícia do Pensamento que pune, quase sempre com morte, a crimidéia, que se resume grosseiramente no ato de pensar qualquer coisa contra o Grande Irmão ou o Partido.
Além da vigilância constante também há o desenvolvimento da Novilíngua, onde a semântica é distorcida para criar um estado de torpor e confusão. A cada revisão do dicionario de Novilíngua o número de palavras diminui para diminuir o vocabulário das pessoas e evitar a crimidéia. Isso está expresso no lema do Partido único: “Guerra é paz. Liberdade é escravidão. Ignorância é força”.
O livro de Orwell ganhou mais uma versão para o cinema em 1984 (talvez a mais famosa), dirigido por Michael Radford e estrelado por John Hurt (Winston Smith) e Suzanna Hamilton (Julia), com trilha sonora de Eurythmics.